5 diferenças fundamentais entre UA e GA4 → O Google Analytics 4 já foi lançado em 16 de outubro de 2020, mas, na realidade, ainda é apenas utilizado por uma pequena parte dos utilizadores. Uma vez que o Universal Analytics é uma plataforma simples e intuitiva de navegar, com menos necessidade de setup, a verdade é que enquanto esta não for descontinuada, não existe uma vontade real de os utilizadores transferirem os seus dados e informação, entrarem numa nova curva de aprendizagem e começarem do zero.
No entanto, no dia 16 de março de 2022, a Google anunciou que irá deixar oficialmente de recolher dados para o Universal Analytics – UA a partir de julho de 2023.
Isto significa que é agora tempo de desmistificar alguns medos e mitos que a instalação do GA4 acarreta, e nada melhor do que começar por comparar ambas as plataformas e perceber quais são as suas principais diferenças.
Neste artigo mostro 5 diferenças fundamentais entre UA e GA4, tais como a forma como os dados são recolhidos, o interface de reporting, a possibilidade de customização, o tipo de métricas e a influência que tem nas propriedades e views.
Encontra neste artigo o início do caminho que te vai levar a perceber melhor como funciona o GA4 e compreenderes que não é um bicho de sete cabeças!
1. Modelo de dados
Uma das maiores alterações que o Google Analytics 4 trouxe foi o facto de ter um modelo de dados baseado em eventos, quando o Universal Analytics é baseado em sessões.
Uma sessão pode descrever-se como um conjunto de interações que um utilizador realiza dentro de um website e/ou aplicação móvel. Em cada sessão são recolhidos inúmeros dados que estão inseridos dentro dos hits registados, como os pageviews, scroll, cliques, transações, entre outros.
Todos estes dados são igualmente recolhidos em GA4, mas como eventos, seguindo um princípio que qualquer interação pode ser tratada desta forma. Estes recolhem a informação de forma mais detalhada do que os hits, uma vez que podem incluir ainda o título de uma página visitada, um URL, a geolocalização de um utilizador, entre muitos outros detalhes.
Existem 4 tipos de eventos em GA4:
Eventos recolhidos automaticamente – recolhidos através das interações básicas com o website, automaticamente, através da configuração inicial. Um exemplo deste tipo de evento é o file_download, recolhido quando o utilizador faz um download de um documento.
Medição otimizada – recolhidos automaticamente quando esta medição está ativa na propriedade em análise. Esta medição deverá ser ativada no menu de Administração, em Streams de Dados. O page_view é um dos exemplos deste tipo de eventos.

Eventos recomendados – configurados manualmente pelo utilizador, mas com nomes e parâmetros já predefinidos pelo Google. Inserem-se neste caso, por exemplo, grande parte dos eventos de e-commerce como purchase, refund ou view_cart.
Eventos personalizados – criados e configurados pelo próprio utilizador de forma a analisar dados que não são recolhidos em qualquer outro tipo de eventos. Estes não são, porém, apresentados nos relatórios padrão, pelo que será necessário criar relatórios também personalizados para conseguir analisar os dados.
2. Relatórios
Outra das 5 diferenças fundamentais entre UA e GA4 é a interface de reporting. O design é diferente, embora semelhante, e ambas têm o relatório de Tempo Real. As maiores distinções ocorrem nos restantes relatórios, onde a informação recolhida e mostrada é praticamente a mesma, mas distribuída de forma diferente.
Em Universal Analytics existem quatro relatórios pré-configurados: Público-alvo, Aquisição, Comportamento e Conversões. Cada um destes relatórios tem alguns sub-relatórios que têm também um nível de configuração bastante avançado e intuitivo de funcionar.
O interface do Google Analytics 4 é bastante mais simples uma vez que tem apenas dois relatórios pré-configurados: Life cycle e Utilizador. Os submenus têm praticamente a mesma informação encontrada no Universal Analytics, mas organizada de outra forma.
No relatório Life cycle é possível encontrar toda a informação relativa ao comportamento do utilizador no website e/ou app, desde a sua fonte de tráfego, eventos da sessão, comportamento de compra, entre outros.
No relatório Utilizador encontram-se a informação demográfica do utilizador como o país ou cidade de origem, dados sobre a tecnologia utilizada para aceder ao website e/ou app, como o navegador, sistema operativo, modelo do dispositivo, entre outros.

É de notar ainda, que, em UA, a informação de caminhos de conversão e modelos de atribuição estava inserida no relatório Conversões, e em GA4 está disponível no menu Publicidade.
3. Customização de relatórios
Outra das diferenças fundamentais e cruciais que o GA4 trouxe, é o menu Explorar. É neste menu que o utilizador consegue criar os seus próprios relatórios customizados. Este tipo de relatórios personalizados já existiam também em UA, mas a sua construção era também bastante mais simplificada e limitada. Os novos relatórios personalizados de GA4 são mais complexos, o que tornam a experiência de análise bastante mais adaptada às necessidades de cada utilizador.
É possível escolher um formato totalmente em branco, ou escolher uma das pré-visualizações já disponíveis.
Para cada relatório criado, é possível selecionar que cruzamento de dados desejamos analisar, escolhendo entre as dimensões e métricas padrão ou personalizadas. É possível segmentar por tipo de clientes, definir datas de análise, filtrar dados caso necessário e escolher qual das visualizações é a pretendida.

4. Métricas
Existem também algumas diferenças relativamente à variedade de métricas que é possível analisar no GA4. Esta plataforma tem menos métricas de análise que o UA, o que significa que, por exemplo, aquelas que mediam o nível de engagement do utilizador na página, não estão disponíveis, como por exemplo a bounce rate e o tempo médio de duração da sessão.
Por outro lado, foram criadas três novas métricas em GA4:
1 -Engaged session: Número de sessões que duraram mais do que 10 segundos, tiveram um evento de conversão ou mais de 2 page-views.
2 – Tempo médio de engagement por sessão: Tempo que o utilizador está ativamente a interagir com a página
3 – Taxa engagement: Taxa de sessões em que os utilizadores estiveram realmente a interagir com a página.
5. Propriedades e views
As propriedades são a base de organização do Google Analytics. Para cada marca ou empresa é criada uma conta, que depois se ramifica em diferentes propriedades, consoante os diferentes websites e apps que existam. É ao nível da propriedade que se fazem as maiores configurações de análise e visualização de dados, como a criação de funis, audiências, objetivos, entre outros.
Até então e até ao Universal Analytics, não era possível ter dentro da mesma propriedade um website e uma app, sendo necessário cada uma estar dividida na sua propriedade, e portanto, toda a sua análise era igualmente dividida.
A introdução do Google Analytics 4 traz a possibilidade de juntar a informação recolhida por uma app em Android, em iOs, e/ou por um website na mesma propriedade, possibilitando o tratamento da informação em conjunto.
Por outro lado, as views, uma opção existente em UA, que serve para segmentar informação, como por exemplo conter apenas visitas de mobile, ou só de um determinado país, deixam de existir em Google Analytics 4, tendo este tipo de segmentos de serem criados em cada relatório analisado.
É ainda de destacar que o formato dos tracking codes visíveis em cada propriedade também foram alterados. Para UA, têm o formato UA-XXXXXX-X e para GA4 têm o formato G-XXXXXXX.
Conclusão
Sendo estas as principais, existem muitas mais diferenças entre ambas as plataformas de Analytics. Embora perceba que seja pouco apelativo mudar de sistema de análise de dados quando já existe uma com bom funcionamento e que cumpre os requisitos pretendidos, é de valorizar o esforço da Google em simplificar e colmatar alguns problemas que o Universal Analytics tinha.
Uma vez que o UA apenas irá ser descontinuado em julho de 2023, é certo que até esse momento o GA4 – e mesmo depois disso – irá continuar a ser desenvolvido com novas features e ferramentas. Por isso, o ideal será começares a utilizá-lo desde já, recolhendo paralelamente a informação, de forma a diminuir e colmatar o tempo de aprendizagem. Assim, quando for obrigatória a sua utilização, já terás as análises prontas e os processos montados de forma a não impactares os teus negócios na transição.
Esperamos que tenhas gostado de ler sobre 5 diferenças fundamentais entre UA – Universal Analytics e GA4 – Google Analytics 4. Deixa-nos o teu comentário sobre o assunto a baixo, e não te esqueças de deixar algum amor à nossa autora Patrícia Leal.

Patrícia Leal
O marketing digital surge há alguns anos na minha vida, arrastado (e ainda bem!) pelo meu interesse em e-commerce. Entusiasmo-me imenso com a criação de novas estratégias e soluções, baseadas em análise de dados e desejo de compreender o comportamento do cliente. Estou constantemente a procurar melhorar os processos que me envolvo e sou uma adepta fervorosa de mudanças e novas aprendizagens.
Assumidamente geek, tenho uma paixão enorme por filmes e séries, e sou uma aprendiz de xadrez desde pequena.
Ótimos insights
Obrigada, Patrícia! Estou precisamnete a fazer a transição, o teu artigo é bastante esclarecedor ! Até breve !
Obrigado Patrícia pelo artigo! Estou a utilizar o GA4 à uns meses e tem sido um verdadeiro desafio! Tanta coisa para mudar!